14/03/2012
DER conclui cursos de Gestão ambiental e patrimonial em comunidades da Estrada Real
Encerraram-se nesta sexta feira, 09, os cursos de educação ambiental e patrimonial promovidos pela Gerência de Meio Ambiente do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem - DER/MG – voltados para as comunidades localizadas ao longo do trecho da Estrada Real em Minas, Diamantina/Serro, em função da implantação e pavimentação da rodovia que irá interligar a sede desses municípios aos Distritos de Milho Verde, Três Barras, São Gonçalo do Rio das Pedras e Vau.
Os cursos fazem parte do Programa “Transitando no Saber Cuidar”, implementado pelo DER/MG, e ora voltados para os moradores desses Distritos, especialmente para os jovens e os agentes ambientais.Dentre os variados temas abordados nos cursos, destacam-se a importância turística sustentável da estrada que corta diferentes ecossistemas com rica biodiversidade, os sítios arqueológicos existentes na região, o patrimônio artístico e cultural daquelas comunidades, remontando ao século XVIII, as áreas de proteção ambiental, a preservação da fauna e flora, especialmente das espécies ameaçadas.
Para o DER/MG, a engenharia rodoviária está intimamente ligada á preservação ambiental e aos aspectos sociais, artísticos e culturais das comunidades envolvidas. São preocupações que norteiam a atuação do Departamento, desde os primeiros estudos para elaboração dos projetos rodoviários, passando pelo acompanhamento e fiscalização das obras, permanecendo após a liberação e operação das rodovias, com o monitoramento da qualidade do ar, o transporte de produtos perigosos, a sinalização e a conservação das estradas. Em todas essas fases o DER/MG atua em estreito e permanente contado com os segmentos populacionais existentes ao longo dos eixos rodoviários.
É o que constatou o Agente Ambiental Aristônio Geraldo Correia, 24, estudante do curso de Gestão Ambiental na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucurí – UFVJM - e um dos participantes dos cursos encerrados nesta sexta feira: “Vejo que a atuação do DER vai muito além de, simplesmente, abrir estradas. Há todo um contexto multidisciplinar a ser considerado, antes, durante e depois das obras realizadas.” Opinião semelhante tem a estudante Sibelly Otoni, 17, para quem é necessário gerar um efeito multiplicador, repassando a todos os membros da comunidade os conhecimentos adquiridos nesses cursos.
Luana Agda Salciary Henriques, geógrafa e especialista em Patrimônio Histórico, uma das ministrantes dos cursos, define bem os objetivos a serem alcançados: “Procuramos fazer com que as pessoas valorizem os recursos da região, sejam eles sociais, culturais, históricos ou ambientais, mobilizando os moradores para que assegurem a sustentabilidade das atividades, inclusive turísticas, cujas demandas deverão aumentar quando do término das obras.”
Sítios arqueológicos
O trecho da Serra do Espinhaço compreendido pelos municípios de Diamantina e Serro, possui um diferencial importante, que se constitui nos sítios arqueológicos existentes ao longo da rodovia, como observa o Gestor Ambiental, Rodrigo Coura de Castro, que ressalta a necessidade da identificação e avaliação desses locais, dentro do Programa de Levantamento de Patrimônio Arqueológico, levado a efeito pelo DER/MG, um importante instrumento para a preservação da pré-história e da história local e regional. Da mesma forma que em outras regiões, como Lagoa Santa e o vale do Peruaçú, tais sítios são objeto de extrema atenção por parte do DER/MG.
Obras diferenciadas
Para reduzir o impacto para os moradores, está sendo observada a preservação do patrimônio cultural e as características das localidades. Os trechos próximos aos núcleos urbanos estão recebendo calçamento poliédrico.
As obras de melhoria e pavimentação do trecho fazem parte de uma série de projetos que vem sendo implantados por meio do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Vale do Jequitinhonha –Prodetur/NE II, convênio firmado entre o Ministério do Turismo, o Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Turismo, com interveniência da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas. O objetivo do programa é melhorar a qualidade de vida das comunidades existentes nas áreas de sua atuação, por meio da criação de condições favoráveis à expansão e melhoria da qualidade da atividade turística, tornando as populações locais as principais parceiras na preservação dos valores artísticos, culturais e ambientais da região, agentes ativos da sustentabilidade.
Foto: Bernadete Amado